Eu (Augusto dos Anjos, 1912)/Ricordanza della mia Gioventú: diferenças entre revisões

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A minha ama-de-leite Guilhermina
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Furtava as moedas que o Doutor me dava.

Sinhá-Mocinha, minha Mãe, ralhava...

Via naquilo a minha própria ruína!

Minha ama, então, hipócrita, afetava

Suscetibilidade de menina:

"- Não, não fora ela!-" E maldizia a sina,

Que ela absolutamente não furtava.

Vejo, entretanto, agora, em minha cama,

Que a mim somente cabe o furto feito...

Tu só furtaste a moeda, o ouro que brilha.

Furtaste a moeda só, mas eu, minha ama,

Eu furtei mais, porque furtei o peito

Que dava leite para a tua filha!

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Revisão das 02h23min de 5 de novembro de 2020

Ricordanza della mia Gioventú

 

A minha ama de leite Guilhermina
Furtava as moedas que o Doutor me dava.
Sinhá-Mocinha, minha Mãe, ralhava.
Via naquillo a minha propria ruina!

Minha ama, então, hypocrita, affectava
Susceptibilidades de menina:
«— Não, não fôra ella! —” E maldizia a sina,
Que ella absolutamente não furtava.

Vejo, entretanto, agora, em minha cama,
Que a mim somente cabe o furto feito...
Tu só furtaste a moeda, o oiro que brilha

Furtaste a moeda só, mas eu, minha ama,
Eu furtei mais, porque furtei o peito
Que dava leite para a tua filha!