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Página:Os trabalhadores do mar.djvu/356

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Resulta dahi uma primeira acção sobre o ar e a agua. O escolho corredor actua na agua e no vento mecanicamente, pela forma, galvanicamente, pela attração diversa dos seus planos verticaes, massas sobrepostas e contrariadas umas pelas outras.

Esta especie de escolhos atrahe todas as forças furiosas esparsas no furação, e tem sobre a borrasca uma singular força de concentração.

Donde resulta que nas paragens desses cachopos, ha uma certa accentuação da tempestade.

Cumpre saber que o vento é composito. Acredita-se que o vento é simples; engano. Essa força não é sómente dynamica, é chimica; não é sómente chimica, é magnetica. Tem alguma cousa que é inexplicavel.

O vento é tão eletrico como aereo. Certos ventos coincidem com auroras boreaes. O vento do banco das Arguilles, rola vagas de cem pés de altura, espanto de Dumont d’Urville. A corveta, disse elle, não sabia a quem havia de attender.

Debaixo das lufadas austraes, verdadeiros tumores doentios sopram no oceano, e o mar torna-se tão horrivel que os selvagens fogem para não vêl-o.

As lufadas boreaes são outras; misturam-se de pontas de gelo, e esses furações irrespiraveis impellem para a neve os trenós dos esquimós. Outros ventos queimam. É o simoun da Africa, é o typhon da China e o samiel da India. Simoun, Typhon, Samiel; parece que são demonios estes nomes. Fundem o cimo das montanhas; uma tempestade vitrificou o vulcão de Tulucea. Este vento quente, turbilhão côr de tinta atirando-se sobre as nuvens encarnadas