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DIARIO NACIONAL

Directores: J. A. MARREY JUNIOR
PAULO NOGUEIRA FILHO

ANNO II

S. PAULO — SEXTA-FEIRA, 7 DE JUNHO DE 1929

NUM. 592

Redactor chefe: PAULO DUARTE
Gerente: SERGIO M. COSTA E SILVA



Nova fase na politica de Baurú

UMA ATTITUDE QUE ESTA’ SENDO BASTANTE COMMENTADA…

A politica perrepista de Bauru’ entrou numa nova fase. Dissemos, em outras informações, que os drs. Hildebrando de Carvalho e Rodrigues Costa e sr. Oscar Arruda haviam renunciado os seus mandatos de vereadores, pelo facto da Camara Municipal lhes haver recusado a dar informações de caracter financeiro, informações essas pedidas em requerimento apresentado em sessão da Camara. O deputado Lorena de Vergueiro aconselhou o indeferimento, dizendo que semelhantes pedidos são proprios em assembléas publicas, onde medram minorias…

Em face da recusa, os vereadores, em questão, apresentaram pedidos de renuncia. A Camara, immediatamente, acceitou só as do dr. Rodrigues Costa e do sr. Oscar Arruda, ficando a do dr. Hildebrando de Carvalho em estudos, porque esse senhor é genro do coronel Luiz Aleixo, que ameaçou formar partido de opposição ao situacionismo local.

E tanto protelaram em conceder-lhe a renuncia, que o dr. Hildebrando para confirmar mais a sua resolução, reiterou o pedido, e os mandões com receio do coronel Luiz Aleixo, entraram em negociações com aquelle clinico, pedindo-lhe para continuar na Camara, ao menos por favor…

Entraram todas as especies de confabulações em scena.

Nisto, o general Ataliba Leonel, vendo que o caso politico de Bauru’ estava se complicando gravemente, havendo já franca e aberta scisão no P. R. P. local, chamou a S. Paulo o deputado Lorena de Vergueiro e o dr. Hildebrando de Carvalho. Estes, muito solicitos, accorreram contentes e pressurosos ao chamado do general de Piraju’. Lá, o coronel Ataliba fez vêr ao sr. Lorena de Vergueiro o prejuizo de um rompimento imminente no perrepismo de Bauru’, e disse em voz alta ao coronel Lorena que os membros do directorio perrepista daqui eram uns verdadeiros bonecos que não sabiam se mexer e não parece que o P. R. P. local existe…

O coronel de Piraju’ intimou ao coronel de Bauru’ a ceder terreno ao dr. Hildebrando de Carvalho, que estava presente á fala, encarregando o referido doutor de organizar o directorio perrepista bauruense. O coronel Ataliba ainda affirmou que não deseja scisão no governismo, porque essas brigas vêm prejudicar a candidatura do sr. Julio Prestes á presidencia da Republica…

Nessa conferencia, ficou assentado o afastamento do capitão José Gomes Duarte, do cargo de prefeito — uma das causas da discordia. Esse afastamento se dará agora. Primeiramente, pedirá uma licença, e, depois das eleições de 16 do corrente, para preenchimento das vagas do dr. Rodrigues Costa e sr. Oscar Arruda, é que renunciará, não o fazendo, agora, para não dar muito na vista…

Assim, o chefe velho Lorena de Vergueiro, e o chefe novo dr. Hildebrando de Carvalho voltaram á nossa cidade. O primeiro, contente por ter feito um accôrdo amigavel e, ao mesmo tempo, meio desconfiado com o chefe novo; e o segundo, cheio de triumpho por ter esmagado o coronel Lorena, que perdeu mais essa batalha, muito melhor do que a da estação de Laranja Azeda…

O chefe incognito, depois que o director desta succursal publicou o caso da hypotheca da Santa Casa, recolheu-se aos bastidores, derrotado pela elevada contagem de dez a zero… Foi mais um perrepista que se recolheu ao manto diaphano da fantasia…

A attitude do dr. Hildebrando de Carvalho, voltando ao seio do P. R. P. local, causou pessima impressão no espirito da nossa população, desfazendo fragorosamente o seu gesto de independencia, quando a Camara Municipal lhe recusou a dar informações de caracter financeiro, só o fazendo no dia seguinte ao da renuncia desse vereador. Convem notar que a attitude do dr. Hildebrando foi acompanhada pelo dr. Rodrigues Costa e sr. Oscar Arruda, que formavam, com elle, a commissão de finanças da Camara.

Nestas condições, o dr. Hildebrando de Carvalho está em critica situação perante os dois vereadores renunciantes, e muito naturalmente, pois não se póde conceber que aquelle senhor volte ao seio do perrepismo, abandonando os companheiros que o apoiaram.

Como no P. R. P. tudo se admitte, facil será que essa má impressão seja logo perdoada…

(DA SUCCURSAL)




Foi enterrada a mumia da Faculdade
O SEU PASSADO E… COUSAS DA ACADEMIA

Encerrou-se hontem, definitivamente, o cyclo de permanencia, na Faculdade de Direito, da celebre mumia ali existentes. Foi ella dada á sepultura por vontade da viuva do dr. Amancio de Carvalho, que ha muito insistia nesse proposito, muito embora lhe fosse ponderado ser a mumia um trabalho scientifico, de alto valor, devendo antes ser enviada a um museu.

Não ha, certamente, quem desconheça a historia da mumia. E recordal-a, é reviver mais uma das muitas aventuras dos estudantes do velho templo do Direito, quando a grande metropole de hoje, não era senão uma cidadezinha acanhada e pobre.

Foi no começo deste seculo. O saudoso mestre dr. Amancio de Carvalho, dos primeiros cultores da Medicina Legal em nosso paiz, um dia, querendo preparar uma mumia por processo de sua descoberta, procurou e obteve, na policia, um cadaver indigente. Era uma negrinha, apparentando seus vinte e poucos annos, que teria sido encontrada morta na rua, onde perambulava, sem lar e sem parentes, e, segundo outros, entre os quaes se alista o escriptor Aureliano Leite, criação de familia do dr. Amancio.

Em seu corpo foi feita a experiencia do processo do dr. Amancio de Carvalho, após o que, levaram-n’o para a sala da Faculdade, onde eram ministrados aos moços, os conhecimentos de Medicina Legal. Ahi ficou numa redoma, ao lado esquerdo da cathedra, emquanto jazia, do outro lado, esbranquiçado esqueleto.

Entretanto, a Jacyntha (e não Benedicta ou Raymunda, como pretendem alguns) desprendia insuportavel mau cheiro, a ponto dos estudantes que occupavam as primeiras cadeiras (“Banda de musica”, na giria academica), sahirem com dores de cabeça. Houve um dia em que alguem se indignou e protestou contra a insupportavel inhalação. Esse alumno foi o academico Julio Prestes…

A Jacyntha era o alvo das troças dos estudantes. Quando sumia o chapéo de alguem, era facil encontral-o enfeitando a cabeça da Jacyntha. Outras vezes apparecia com velas nas mãos. E não raro nas mais estranhas posições, que o espirito de seus algozes inventava…

Nunca ninguem soube como conseguira o dr. Amancio de Carvalho conserval-a. Era por um processo que alcançára com suas investigações. Nada se sabia. Tampouco se veiu a descobrir até hoje. Diziam outros, despeitados, sem duvida, que a mumificação fôra em virtude da constante bebedeira em que vivia a pretinha celebrizada…

O RAPTO

Através todo o seu magisterio, o dr. Amancio de Carvalho conservou-a carinhosamente, vindo por isso mesmo a ter forte desgosto, no dia em que soube que ella havia desapparecido. Aureliano Leite, em seu recente livro “Retratos a penna”, diz que a mumia “sumira”, deixando, ao que affirmavam, tres cartas. Uma á Amancio, communicando-lhe sua intenção de suicidar-se; outra, á policia, pedindo que não responsabilizasse ninguem por seu acto de loucura; finalmente, a terceira, dirigida a hoje distinto advogado, aqui, confessando-lhe violento amor”…

Furtaram-n’a os estudantes, que desta forma se livravam do martyrio diario de sua pituitaria. Arrebataram-n’a mysteriosamente, em uma noite chuvosa, isto em 1906, indo jogal-a numa barroca, onde hoje começa a avenida Brigadeiro Luiz Antonio.

Acharam-n’a no dia seguinte, pensando todos tratar-se de um accidente e ser ella uma pessoa que, por descuido, tivesse rolado a ribanceira. Até a Assistencia compareceu…

Quando se verificou ser a Jacyntha, o continuo da Faculdade, Narciso, hoje fallecido — o mesmo que assignava o diploma de burro, mimoseando, todo começo do anno aos calouros — e que déra o alarme, envolveu-a numa capa, devolvendo-a á sua redoma. O dr. Amancio sentiu immensamente, quando o soube, admoestando sua turma, promettendo reproval-a, quando dos exames. Seu bom coração não n’o deixou dar execução aos seus projectos. Aliás, seus alumnos estavam innocentes da culpa que lhe fôra atirada. Os autores da troça não eram alumnos do dr. Amancio.

Diz-nos Aureliano Leite, em sua obra citada, que nella tomaram parte Affonso Penteado, juiz federal em Curityba; Fernando Nobre, tabellião em São Paulo e não como se suppõem Moreira Machado, director da cadeia da Luz e o senador federal Justo Chermont, mais o jornalista Manuel Lopes de Oliveira Filho, estranhos á Faculdade e seu sobrinho José Bueno de Azevedo.

Eis a historia de sua maior aventura… Até hoje, continu’a sendo motivo de brincadeiras dos moços, victima de sua irreverencia. Ligada á vida risonha dos rapazes, tornou-se mesmo parte das tradições da Faculdade. Nem só as vetustas arcadas ou as mesas recortadas, recordam um tempo em que a vida paulistana se resumia em estreitissimo circulo, do qual a Academia era o centro.

O ENTERRO

Morto o dr. Amancio de Carvalho, sua viuva achou que nenhum outro motivo restava, que justificasse a permanencia da mumia na Faculdade. Em palestra que tivemos com um seu genro e esposa, indagando das causas dessa resolução, viemos a saber que enviára, nesse sentido, um requerimento ao dr. Pinto Ferraz. E se assim procedêra, fôra porque achava ser o sepultamento um acto de caridade christã, empenhando-se nisso ha muito tempo já. A mumia, argumenta ella, foi preparada pelo dr. Amancio, no intuito unico de demonstrar a efficiencia de sua formula. Hoje, que elle é fallecido e que seu successor, um advogado, não póde ter pelo trabalho o mesmo cuidado, não ha razão para que lá continue.

Numa de suas ultimas sessões, o Centro Academico XI de Agosto, por proposta dos bacharelandos Scalamandré Sobrinho e Nicolau Giudice, resolveu cuidar do enterro.

Assim é que hontem, ás 15 horas, com a presença de regular numero de pessoas, entre alumnos e povo, destacando-se os representantes do Centro Civico Palmares, do G. D. R. Kosmos e da Associação dos Homens Pretos, deu-se inicio á cerimonia funebre. O Centro Academico XI de Agosto fez-se representar por seu vice-presidente, sr. Edgard Pereira Barreto, e o dr. Spencer Vampré, pelos srs. Elias Alasmar e Scalamandré Sobrinho.

O enterramento foi na necropole de São Paulo, em sepultura perpetua, doada ao Centro Academico pela Prefeitura. Jacyntha estava vestida dum habito talar da Ordem de São Francisco, doado pela Casa Rodovalho, assim como o caixão e o carro.

A camara ardente esteve armada na sala 7, tendo ahi, usado da palavra, no momento do fechamento do caixão, o dr. Julio de Barros. No cemiterio, após á encommendação do corpo por frei Nicoláu, da ordem franciscana, falaram os srs. Vicente Ferreira e Scalamandré Sobrinho, respectivamente pelas associações dos homens de côr e pelo Centro Academico.

Está, pois, finda a existencia aventurosa da pobre mumia, que, antes de desapparecer, teve o dissabor de ver mudado mais uma vez seu nome, pois foi encommendada como sendo Raymunda…

A mumia da preta Raymunda, em exposição na Faculdade de Direito
O feretro, quando deixava a tradicional escola, encaminhando-se para a necropole São Paulo.




A APOSENTADORIA DOS FUNCCIONARIOS FEDERAES
Um projecto do sr. Francisco Valladares que visa pôr cobro a uma injustiça

RIO, 6 (A. B.) — O sr. Francisco Valladares, deixou hoje, sobre a mesa da Camara, o seguinte projecto:

“O Congresso Nacional decreta:

Artigo 1º — Aos funccionarios que tiverem mais de 65 annos de idade e que, devido ao seu estado de saude, tiverem de ser compulsoriamente aposentados, será accrescido ao tempo de serviço federal o de serviço estadual e municipal, para effeito da aposentadoria, desde que tenha mais de 15 annos de exercicio effectivo, no serviço federal.

Artigo 2º — Para os funccionarios nas condições do artigo antecedente, que tenham exercido, em qualquer época, cargos nas estradas de ferro e, por qualquer motivo, foram transferidos á administração da União, será addicionado esse tempo, seja elle qual fôr, ao do serviço federal, para todos os effeitos da aposentadoria, ficando, assim, modificado, para esses funccionarios, o artigo 2 do decreto n. 4.544, de 16 de novembro de 1922. Esse tempo de serviço será comprovado pelos meios legaes, inclusive o da justificação judiciaria.

Artigo 3º — As vantagens da aposentadoria serão calculadas sobre os vencimentos percebidos no momento em que a mesma fôr imposta, no cargo effectivo que estiver exercendo o funccionario, desde que tenha o estagio de 10 annos no respectivo cargo.

Paragrapho unico — Para os funccionarios que tenham mais de 65 annos de idade, o estagio fica reduzido a dois annos.

Artigo 4º — Revogam-se as disposições em contrario.”

JUSTIFICAÇÃO — Antes da lei n. 2.924, de 5 de janeiro de 1915, para a aposentadoria dos funccionarios federaes, era computado o tempo de serviço estadual e municipal. Parece-nos que não tendo a lei effeito retroactivo, os funccionarios federaes, nomeados antes dessa lei, têm o seu direito garantido, para que seja levado em conta o tempo do serviço estadual e municipal, tanto mais quando se trata de funccionarios que têm de ser aposentados compulsoriamente, devido ao seu estado de saude e de idade.

O decreto n. 4.544, de 16 de fevereiro de 1922, em seu artigo 2º, declara que, aos funccionarios e operarios diaristas e mensalistas, que contarem mais de 10 annos de serviço em estrada de ferro, e que, por qualquer motivo, forem transferidos á administração da União, será addicionado esse tempo, ao do serviço federal, para todos os effeitos. Pela lei dos ferroviarios, o tempo de serviço, seja elle qual fôr e em qualquer estrada, será sempre contado, para effeito da aposentadoria dos respectivos funccionarios. Não é justo que os funccionarios federaes que se inutilizarem no serviço á Nação, gozem de menos garantia que os ferroviarios, sendo precisos mais de 10 annos de serviço, para gozarem dessa regalia.

O presente projecto vem sanar essa injustiça, mandando addicionar ao tempo de serviço federal, para os funccionarios maiores de 65 annos, que tenham de ser aposentados compulsoriamente, aquelles que exercerem, em qualquer época, em estradas de ferro, e que passaram á administração da União.”



O novo abade de S. Bento
A bençam será dada hoje, por d. Duarte Leopoldo e Silva, arcebispo de São Paulo

Noticiámos, ha dias, a confirmação da eleição de d. Domingos de Silos Schelhorn, dada pelo enviado especial da Santa Sé, o abade primaz da Ordem, d. Fidelis von Stotzingen.

O novo abade de São Bento receberá hoje, ás 9 ½ horas como tambem noticiámos, a bençam de d. Duarte, arcebispo desta capital. As cerimonias, que serão solennes, terão a assistencia dos abades de Olinda e da Bahia, respectivamente, d. Pedro Roeser e d. Ruperto Rudolf e dos conegos do Cabido Metropolitano. Os actos lithurgicos, que constam de cinco partes, têm a sua analogia com a sagração episcopal. A primeira parte consta da apresentação do novo eleito ao Pontifice assentado sobre o faldistorio, no meio do Altar. E’ lido o breve pontificio, feito o exame do neo-abade e o juramento nas mãos do arcebispo. Começa então a missa pontifical, tomando o eleito a esquerda do Pontifice.

A segunda parte é tomada pela recitação dos psalmos penitenciaes, da ladainha de todos os santos.

Na terceira parte faz o arcebispo a tradição solenne ao neo-abade, da Regra de São Bento, e a investidura do baculo e anel.

Na quarta parte se effectua a oblação dos presentes symbolicos e na quinta e ultima, o arcebispo confere a mitra ao novo abade e enthroniza-o, a seguir, solennemente.

O novo abade de São Bento, que hoje recebe a bençam do arcebispo metropolitano, nasceu em Amberg, na Baviera, no dia 8 de abril de 1881. D. Domingos de Silos Schelhorn fez brilhantemente o curso de humanidades. Nos vinte annos de sua vida monastica activa, d. Domingos occupou diversas vezes os postos mais relevantes da Abadia e a eleição para o cargo que óra occupa encontrou-o no posto de prior do mosteiro, tendo antes occupado varias vezes a prefeitura e a reitoria do Gymnasio de São Bento. A eleição de d. Domingos de Silos Schelhorn, confirmada pela Santa Sé e que hoje receberá bençam de d. Duarte marca uma nova era de trabalhos fecundos para a Igreja, em continuação á obra admiravel de d. Miguel Kruse.



CHEGOU AO RIO A EMBAIXADA DE ACADEMICOS BAHIANOS
Os academicos de Direito virão a S. Paulo afim de instruir-se da organização da nossa Penitenciaria

RIO, 6 (H.) — Conforme previramos, chegou hoje no “Bagé”, a embaixada academica de Direito bahiana, que vem em visita á Universidade do Rio e ás Penitenciarias daqui, do Estado do Rio e de São Paulo.

Além do objectivo instructivo, tem a embaixada a missão altamente significativa da permuta de amizade entre os estudantes bahianos, carioca e paulistas.

A embaixada academica de Direito bahiana é chefiada pelo professor Aloysio de Carvalho Filho, cathedratico de Direito Penal e compõe-se dos seguintes academicos: Orlando Gomes dos Santos, Decio dos Santos Seabra, Francisco Prisco Paraiso Filho, Arnaldo Novis, Humberto Araujo, Everaldo da Costa Doréa, Manoel V. Rocha, Raul Fernandes, Lauro Vieira de Sá, Clovis de Freitas Borja, Decio da Silva Pinto, Alvaro Braga Godinho, Edison T. Albuquerque, Zenon Campos, Felintho Carvalho Sampaio, Augusto Palma Lima, Joel da Rocha Lyra e Carlito Onofre.

Afim de aguardar a chegada dos moços bahianos, esteve no cáes uma commissão composta dos deputados Braz do Amaral, Simões Filho, Ramiro Berbet de Castro, dr. Lemos Brito, director da Escola XV de Novembro, o sr. Antonio Brandão, representante do dr. Mello Mattos, juiz de menores, o dr. Esposel Coutinho, 3º delegado auxiliar e muitos estudantes e membros da colonia bahiana.

O professor Aloysio de Carvalho é o mais jovem dos professores da Faculdade de Direito da Bahia, onde conquistou recentemente a cathedra de Direito Penal, em brilhante concurso. Chefiando, como presidente, a delegação de estudantes, o professor Carvalho Filho affirmou a satisfação com que essa representação da mocidade da Bahia visita o sul do Brasil, de onde o Rio e São Paulo acenam á imaginação de todos que vivem ao norte. O projecto dessa visita, apenas divulgada, logo encontrou o mais sympathico apoio não só do governo bahiano como das autoridades federaes e do governo paulista. A sua realização se havia tornado, assim, muito facil.

O dr. Esposel Coutinho, que recebeu em nome do dr. Coriolano de Góes, a embaixada, levou os jovens estudantes para o Palace Hotel, onde elles ficaram hospedados por conta da policia carioca.

Resolveu a embaixada antecipar a viagem a S. Paulo, para onde partirá amanhã, ahi iniciando as suas visitas e estudos.

De volta á capital bahiana, os academicos ahi farão conferencias expondo suas impressões.

Hoje mesmo, á tarde, os representantes da mocidade da Bahia estiveram no cemiterio de São João Baptista, em romaria ao tumulo de Ruy Barbosa, o grande brasileiro que foi tambem um grande bahiano.

O dr. Mello Mattos, juiz de Menores, designou o commissario Brandão para acompanhar a toda a parte os jovens visitantes, durante a sua permanencia nesta capital.




O AVIÃO “MARIO CORRÊA”

RIO, 6 (H.) — A respeito do desapparecimento do avião “Mario Corrêa”, o dr. Mario Bello, director geral dos Telegraphos, recebeu mais o seguinte despacho:

“De Aquidauana, urgente - Director geral — Rio — Com prazer levo ao vosso conhecimento que, hoje cedo, por extrema gentileza do sr. delegado no Oriente Boliviano, levantou vôo um avião militar do mesmo paiz, que irá em soccorro do avião “Mario Corrêa”, sinistrado entre Piraputanga e Mangá. Faltam pormenores a respeito dos aviadores. — Informarei detalhes. — (a.) Vasconcellos.”



UM AVIÃO MILITAR BOLIVIANO PARTIU EM SEU SOCCORRO

CORUMBA’, 6 (Do correspondente do “Diario Nacional”) — Por solicitação das autoridades deste municipio, partiu, hoje, um aviador boliviano, em procura do “Mario Corrêa”, ainda de paradeiro ignorado.

Presume-se que o piloto tenha tomado a direcção da fortaleza de Coimbra, em vez de rumar para o noroeste, como era da sua vontade.

A população aguarda, anciosa, noticias do avião.



PREMIADO POR UM ACTO DE HEROISMO NO CONCURSO DA HIPPICA PAULISTA

RIO, 6 (A. B.) — Ao Ministerio da Justiça foi remettido, pelo da Guerra, o inquerito policial-militar para o effeito da concessão da medalha de distinção pedida pelo capitão Raul Pinto Seidl, por haver, com risco da propria vida, salvado a do tenente Oromar Osorio, por occasião do concurso effectuado no prado da Sociedade Hippica Paulista.



REUNEM-SE AMANHÃ TODOS OS MEMBROS DA ESQUERDA PARLAMENTAR

RIO, 6 (H.) — Está marcada, para sabado proximo, uma reunião da Esquerda parlamentar. Presidil-a-á o sr. Assis Brasil, devendo comparecer todos os representantes da minoria do Congresso.

A reunião, que se effectuará no annexo do Hotel Castello, destina-se a fixar a orientação da Esquerda no Congresso, em face dos varios problemas nacionaes.



GESTO BRUTAL DO SR. MANOEL DUARTE CONTRA O MUNICIPIO QUE AGITOU A QUESTÃO DA SUCCESSÃO
Foram demittidas todas as autoridades municipaes

RIO, 6 (A. B.) — O presidente Manoel Duarte interveio no municipio de S. João Marcos, por ter a maioria da Camara, que obedece á orientação politica do sr. Luiz Ascendino Dantas, rompido com o situacionismo, desligando-se do P. R. F. e fazendo a publicação do manifesto sobre a candidatura Antonio Carlos-Getulio Vargas.

O orgam official do Estado do Rio publica hoje os actos do governo, exonerando as autoridades judiciarias, policiaes e administrativas, partidarias do sr. Luiz Dantas, entregando as posições aos seus adversarios do municipio.



O REFLORESTAMENTO DE LISBOA

LISBOA, 6 (H.) — O ministro da Agricultura já concluiu os planos do reflorestamento de uma parte de Lisboa e dos arredores.


GRIPPES
NEVRALGIAS
SÓ RHEUMATISMO?
EURYTHMINE
— DETHAN


A PROPOSITO DE UM PRETENSO EMPRESTIMO PORTUGUEZ

LISBOA, 6 (H.) — Alguns jornaes estrangeiros publicaram telegrammas desta capital, dizendo que a visita dos membros da Sociedade das Nações, tinha estreitas relações com o pedido de um emprestimo externo feito pelo governo portuguez.

O ministro dos Negocios Estrangeiros autorizou o representante da Agencia Havas a desmentir taes informações e a assegurar que o convite dirigido a Sir Eric Drummond e seus companheiros fôra apenas inspirado em sentimentos cordiaes.



A OPPOSIÇÃO GOYANA E O NOVO GOVERNO

RIO, 6 (H.) — Affirma-se que a opposição goyana está numa espectativa sympathica pelo Governo do sr. Alfredo de Moraes, a iniciar-se em Goyaz.

Ainda ha pouco, numa manifestação do Centro Goyano ao futuro presidente do Estado, o ministro Guimarães Natal, figura de destaque na opposição, teve occasião de usar a palavra.

Nesse discurso, o sr. Guimarães Natal fala que “os periodos governamentaes da Republica costumam inaugurar-se cheios das mais risonhas esperanças e não raro encerram-se no meio de acerbas desillusões”. Fazia votos, então, para que as “tão tristemente celebres injunções partidarias que têm servido de de explicação ás mais criminosas perturbações do regime, jámais possam fazer o futuro presidente de Goyaz desviar uma linha siquer do bello programma que se traçou”.



E’ GRAVE O ESTADO DE SAUDE DO SENADOR ROSA E SILVA

RIO, 6 — (Communicado da Agencia Brasileira) — “O conselheiro Rosa e Silva, que ha 43 dias se acha enfermo, guardando leito, em consequencia de uma grippe de natureza infecciosa, não está passando bem.

De hontem para hoje, o estado do senador pernambucano se aggravou sensivelmente, inspirando sérios cuidados á sua familia e e aos seus amigos. O professor Antonio Austregesilo, que durante todo o periodo da molestia tem sido o seu medico assistente, mostra-se apreensivo com as condições do enfermo.



A QUESTÃO DO INQUILINATO NA FRANÇA

PARIS, 6 (H.) — A Camara approvou por 379 votos, contra 159, o projecto que regula a questão do inquilinato.



O SR. CAIO LUIS A CAMINHO DO RIO

BAHIA, 6 (A. B.) — Pelo “Itapagé”, seguiram para o Rio de Janeiro os srs. Caio Luis Pereira de Souza, acompanhado de sua esposa, e o deputado Salomão Dantas.

Entre as pessoas presentes ao “bota-fora”, notavam-se o representante do governador Vital Soares e amigos politicos dos viajantes.



PARA FRAQUEZA PULMONAR, MUSCULAR OU NERVOSA — TOME VIGOGENIO — PORQUE CONTEM: GLYCEROPHOSPHATO, VANADATO E ARSENIATO DE SODIO.