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– Se gosto! Havemos de ir ao teatro, sim, papai?

– Ainda é cedo... terás tempo...

– Eu tenho uma vontade doida de ir ao teatro!...

– Irás... irás, se fores boazinha e dócil a teus avós... teu avô queixa-se de que estudas pouco... não quero isso.

– Não gosto de estudar; não gosto e não quero.

– Não quero?! não quero! então isso é coisa que se diga?!

– É. Eu não quero mesmo! Se o papai soubesse como é aborrecido estudar! Outro dia fiquei com tanta raiva que até rasguei o livro!

– Oh!

– Que espanto! Olhe, foi assim: vovô lembrou-se de me chamar, exatamente quando eu ia para a horta ajudar a Emília a apanhar vagens...

– É muito divertido apanhar vagens?

– É mais divertido do que estar sentada ao pé de vovô, na sala, com a pena na mão ou o livro diante dos olhos! Eu estava lendo e estava pensando na horta, estava escrevendo e estava pensando na horta, estava fazendo contas e a maldita horta não me saía da cabeça!... Vovô ralhou comigo; eu não sei que disse e ele levantou a régua para me dar... vovó entrou, zangou-se com vovô... Saíram os dois,