Página:A cidade e as serras (1901).pdf/264

Wikisource, a biblioteca livre
250
A cidade e as serras

o Silverio passando o guardanapo por sobre a larga face suada e por sobre as immensas barbas negras, como as d’um turco — , n’aquella mixordia... Oh! peço desculpa a v. ex.a! N’aquella confusão, quando tudo desabou, não pudémos mais conhecer a quem pertenciam os ossos. Nem sequer, fallando verdade, nós sabiamos bem que dignos avós de v. ex.a jaziam na capella velha, assim tão antigos, com os letreiros apagados, senhores de todo o nosso respeito, certamente, mas, se v. ex.a me permitte, senhores já muito desfeitos... Depois veio o desastre, a mixordia. E aqui está o que decidi, depois de pensar. Mandei arranjar tantos caixões de chumbo, quantas as caveiras que se apanharam lá em baixo na Carriça, entre o lixo e o pedregulho. Havia sete caveiras e meia. Quero dizer, sete caveiras e uma caveirinha pequenina. Mettemos cada caveira em seu caixão. Depois... Que quer v. ex.a? Não havia outro meio! E aqui o Snr. Fernandes dirá se não acha que procedemos com habilidade. A cada caveira juntamos uma certa porção d’ossos, uma porção rasoavel... Não havia outro meio... Nem todos os ossos se acharam. Canellas, por exemplo, faltavam! E é bem possivel que as costellas d’um d’aquelles senhores ficasse com a cabeça d’outro... Mas quem podia saber? Só Deus. Emfim