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A cidade e as serras
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pela Laferrière, com phonographo no ventre...

Finalmente abalei uma tarde, depois de lançar da minha janella, sobre o Boulevard, as minhas despedidas á Cidade:

— Pois adeusinho, até nunca mais! Na lama do teu vicio e na poeira da tua vaidade, outra vez, não me pilhas! O que tens de bom, que é o teu genio, elegante e claro, lá o receberei na Serra pelo correio. Adeusinho!

Na tarde do seguinte Domingo, debruçado da janella do comboio, que vagarosamente deslisava pela borda do rio lento, n’um silencio todo feito d’azul e sol, avistei, na plata-forma da quieta estação da minha aldeia, os Senhores de Tormes, com a minha afilhada Thereza, muito vermelha, arregalando os seus soberbos olhos, e o bravo Jacinthinho, que empunhava uma bandeira branca. O alvoroço ditoso com que abracei e beijei aquella tribu bem amada conviria perfeitamente a quem voltasse vivo d’uma guerra distante, na Tartaria. Na alegria de recuperar a Serra, até beijoquei o chefe Pimentinha, que a estalar d’obesidade se açodava gritando ao carregador todo o cuidado com as minhas malas.

Jacintho, magnifico, de grande chapéo serrano e jaqueta, de novo me abraçou:

— E esse Paris?.