Página:A fallencia.djvu/297

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— Não sei...

— Ora essa!

— Tia Joana, há muita coisa que eu sinto e que não sei explicar. A senhora não acontece o mesmo?

— A mim? não; nem a mim nem a ninguém. Quando a gente diz que gosta ou não gosta de uma coisa, sabe sempre o motivo por que o diz.

— A senhora reza da mesma maneira em uma igreja grande, sombria e fria, que em uma igrejinha clara e enfeitada de flores?

— Certamente. Deus tanto está nas grandes como nas pequenas igrejas. Ele está em toda a parte.

— Mas se Deus está em toda a parte, porque abandona certas pessoas?

D. Joana estacou.

— Não diga heresias, menina! Deus não desampara ninguém.

— E a Sancha?

— Hein?

— A Sancha.

— Lá vem você com a negrinha!

— Negra ou branca, é criatura.

— Não digo que não. Mas que falta à Sancha?