Rio, 24 de junho
A Botafogo!...
Acompanhemos essa linha de carros que desfila pela Glória e pelo Catete; sigamos esse numeroso concurso que vai pouco a pouco se estendendo pela praia, ao longo do parapeito.
O sol já descambou além dos montes; e as últimas claridades de um dia turvo e anuviado, foram se extinguindo entre as sombras do crepúsculo.
Daí a pouco fechou-se a noite; e no meio da escuridão e das trevas sobressaía uma multidão de luzes, refletindo-se sobre as águas do mar.
Ranchos de moças a passearem, bandas de música tocando nos coretos, senhoras elegantes debruçadas nas janelas iluminadas, muita concorrência, muita alegria e muita animação; tudo isto tornava a festa encantadora.
Quanto ao fogo, queimou-se às oito horas; dele só restam as cinzas no fundo do mar. Não estranhem, portanto, que o respeite como manda a máxima cristã. Parcis sepultis.
Às dez horas, pouco mais ou menos, tudo estava acabado. A praia ficara deserta; e nas águas tranqüilas da baía, apenas as nereidas murmuravam, conversando baixinho sobre o acontecimento extraordinário que viera perturbar os seus calmos domínios.