Página:As Minas de Prata (Volume VI).djvu/102

Wikisource, a biblioteca livre

— Que dizeis?

— Não, pois o tive até ontem em meu poder.

— E vo-lo roubaram, dizeis?... Mas, Estácio, sem dúvida que não ides ficar sucumbido com o golpe?... Deveis castigar o infame e reaver o vosso bem!

— A isso parto amanhã, Cristóvão!

— Muito bem; e me tereis ao lado.

— Não, amigo! Para mor empenho fostes reservado. Eu me vou longe em busca de um tesouro; mas é preciso que também aqui fiques como guarda do outro e mais precioso. Irei na minha pessoa ao sertão, ficarei na vossa junto de Inesita.

Estácio contou a Cristóvão o que era passado entre ele e D. Francisco, ocultando porém a infâmia de D. José; referiu a cena da véspera com as palavras da donzela; e acabou rogando ao amigo que até a sua volta empregasse todos os esforços para obstar o casamento de Inesita.

— Ide tranquilo, irmão. Eu vos juro neste meu coração, que vivo eu, Inesita não se desposará com outro, se não fordes vós o escolhido de sua alma.

— Não aceito esse vosso juramento, nem careço de algum outro. Tudo fio de vossa amizade. Quanto à