Página:As Minas de Prata (Volume VI).djvu/142

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lado aproveitou a hora que lhe sobrava para arranjar de uma feita o malfadado embeleco que o trazia bambo, tanto havia. Seguiu ele rua abaixo com jeitos de quem procurava alguma coisa; e de feito assim era. João Fogaça buscava uma batina, traje tão fácil de encontrar naquele tempo, como há anos uma casaca e hoje um rodaque.

A poucos passos achou-se o forasteiro com uma rapada, mas sisuda batina, que lhe caiu no goto; pelo que foi logo sem mais partes travando da espádua que a envergava:

— Vamos, reverendo, depressa que o caso é apertado.

Ou fosse o padre de fácil acomodar, ou cuidasse que se tratava de alguma confissão, o caso é que lá foi seguindo as guinadas do capitão de mato; e ao cabo de uns minutos chegou esbaforido à casa da Mariquinhas dos Cachos.

— É ali que mora ela! disse João Fogaça parando em frente.

— Então está a decidir? perguntou o sacerdote. Levai-me junto dela, irmão. Não quereis vir?

— Largai-me, reverendo. Não é caso de confissão, nem de moléstia, mas doutra coisa.