vezes nutriu-se da caça que eles preavam.
Abaré era venerado de todas as nações de sua raça.
Quando alguma tribo, que a perseguição dos colonizadores embrenhava pelos sertões, afagava projetos de vingança e liberdade, antes de levar as armas aos povoados portugueses, não deixava de subir à montanha para consultar o grande pajé de seus ritos e saber dele se a sorte da guerra lhe seria propícia.
O velho do cimo de seu rochedo ab-rupto os avistava ao longe; e sua alma confrangia-se em uma dor grande. Quando chegavam, descia até a borda do rio; ali enchia a mão da areia alva e fina, que orlava a margem vestida de relvas. E falava aos guerreiros de sua raça com uma voz surda e triste:
— Estão aqui nesta mão mais grãos de areia do que nações restam da grande raça dos Tupis; e o hálito de Abaré os faz voar a todos uns após outros.
Soprando na mão esparzia a areia nos ares; feito o que, apanhava outro punhado, mas da que