Página:As Minas de Prata (Volume VI).djvu/232

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uniu para sempre? Oh! não useis de tamanha crueldade, como já uma vez fizestes. Desprezai-me embora, expulsai-me de vossa presença, mas dizei que sois o mesmo, o mesmo que eu amei, e ainda amo como no primeiro dia.

— Estais presa de uma alucinação, mulher! Por quem me tomais vós, que vos não compreendo? replicou o frade friamente.

— Sois meu marido!... Embalde tentareis fugir-me!

— Enlouqueceu a mísera! disse o P. Molina erguendo olhos ao céu.

— Não enlouqueci, não, apesar dos tormentos que por vós padeci durante quinze anos!... Meu amor, que me trouxe o martírio, salvou-me!

— Em suma que quereis de mim?

— É preciso que vo-lo repita?... Venho requerer-vos como meu marido que sois e me deveis amparo e proteção!

— Vejo que persistis em vossa loucura. Já não tenho que fazer aqui.

Dulce ergueu-se de um ímpeto e esbarrou a saída do frade:

— Esperai, que ainda não acabei!... Se não atenderdes ao justo pedido da mulher que abandonastes...