quatro dias, atrapalhado como andava com a sua festa e o desafio que se lhe seguiu.
A tarde estava a findar; restavam apenas alguns instantes de crepúsculo.
Elvira, recostada em um coxim defronte do balcão, contemplava o pôr do sol. Nos arrebóis que cambiavam cores às nuvens até que de todo se desvaneciam na sombra lívida, figurava ela os vários afetos de sua alma; também os sonhos vivaces e as esperanças douradas se apagavam na palidez de uma acerba recordação.
A donzela chegara ao termo de sua convalescença, e contudo nem a rosa voltara à face, nem o sorriso ao lábio; estava branca e melancólica, como um lírio partido.
Vendo Ávila, que chegava, seu belo semblante cobriu-se de uma expressão dolorosa.
— Escusai-me, Elvira, por não ter vindo estes últimos dias; razão maior...
— Não careceis de justificar-vos, Cristóvão. Não pudestes vir... Não me queixo, menos vos acuso.
— Tamanha indulgência, senhora, bem se parece com indiferença.