deficits; precisou-se de recorrer ao credito, até quasi ser fechada essa porta. Mas, com patriotica energia, souberam os governos emendar a mão e iniciar obras fecundas, apparelhar, enfim, o paiz para a prosperidade. Erraram; mas resgataram os seus erros. Outros ha que só erram e so querem errar…
Os orçamentos do imperio[1] tiveram deficits desde 1857, ininterruptamente. Antes, houvera alguns saldos, que sommados, desde a independencia até 15 de novembro de 1889, perfazem 32:625 contos, contra um total de 891.960 contos de deficits, tambem de 1823 a 1889.
Os deficits de alguns annos da Republica não são de estranhar, não só porque os tivesse o imperio, mas tambem porque o desenvolvimento do paiz e a crise politica, motivada pelas tentativas de destruição do regimen popular, impuzeram pesados sacrificios á nação.
A Republica, creando producção, fomentando riquezas, assentando linhas ferreas de penetração, fazendo portos e saneando o Brasil — soube, porém, realizar o que o imperio não soubéra, soube armar o povo brasileiro com meios seguros de pagar os seus saques sobre o futuro.
É interessante a nota da receita e da despeza dos annos de 1899 a 1907, expressa em contos de réis, ao cambio de 15 dinheiros por mil réis:
Anno | Receita | Despeza | |
1899 | .......... | 333.105 | 295.363 |
1900 | .......... | 353.607 | 448.160 |
1901 | .......... | 318.559 | 334.513 |
1902 | .......... | 343.814 | 298.691 |
1903 | .......... | 408.589 | 378.187 |
1904 | .......... | 433.802 | 439.553 |
- ↑ Castro Carreira — «Historia financeira».