Página:Caramuru 1781.djvu/111

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XC

Quanto mais que o trovão nas mãos preparo
Contra teus inimigos neste afogo;
Nem duvides que logo que o disparo,
Tudo em chamas não vá, tudo arda em fogo."
Disse, e ao favor saiu de um luar claro,
Disparando o mosquete em márcio jogo;
E enquanto atira todo o bosque atroa
Pelo horror da buzina com que soa.

XCI

Qual dos monos talvez tropa nojosa,
Saiu do int’rior mato em negro bando;
E, se a frecha um derriba, vai medrosa,
Em fuga pelas árvores saltando:
Tal, ouvindo a buzina pavorosa,
E o arcabuz com trovão relampagueando,
Correm, caem, despenham-se na e estima
De que o céu todo lhes caía em cima.