Página:Dentro da noite.djvu/46

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infame, eu vi a Elsa com um conhecido banqueiro e, muito naturalmente, Elisa ao lado. Era a aproximação...

- Safa!

- Meu caro, nada de repugnâncias. Prove este faisão. Está magnífico. Ora, ontem, no Casino, como a pobre Elsa estava totalmente fora dos nervos e com um vestido verdadeiramente admirável, tive prazer em ir apertar-lhe a mão. - "Então, como vai com esta vida?" - "Como vê, muito bem." - Mas está nervosa." - "Há de ser de falta de hábito. Acabo por acostumar." - 'Com um tão belo físico..." - "Não seja mau, deixe os cumprimentos." E de súbito: - "Diga-me, barão, não há um meio da gente se ver livre disto? Não posso, não tenho mais liberdade, já não sou eu. Hoje, por exemplo, tinha uma imensa vontade de chorar." - "Chore, é uma questão de nervos. Ficará decerto aliviada." - "Mas não é isso, não é isso, homem!" - "Se a menina continua a gritar, participo-lhe que vou embora." - "Não, meu amigo, perdoe. E que eu estou tão nervosa! tanto! tanto... Queria que me desse um conselho." - "Para quê?" - "Para aliviar-me."

- "É difícil. Você sofre de um mal comum, a surmenagem do artifício. Eu podia dizer-lhe: recolha-se a um convento. Mas pareceria brincadeira e talvez viesse a morrer mística, a conversar com os anjos, como Swdenborg. Conheci algumas que acabaram assim. Podia também, se fosse um idiota, aconselhar a vida honesta. Mas isso seria impossível