Página:Iracema - lenda do Ceará.djvu/143

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— Que esperas tu então?

— Teu irmão se afflige porque a filha dos Tabajaras pode ficar triste e abandonar a cabana, sem esperar pela sua volta. Antes de partir elle queria socegar o espirito da esposa.

Poty reflectia:

— As lagrimas da mulher amollecem o coração do guerreiro, como o orvalho da manhã amollece a terra.

— Meu irmão é um grande sabedor. O esposo deve partir sem ver Iracema.

O christão avançou. Poty mandou-lhe que esperasse; da alvaja de setas que Iracema emplumara de pennas vermelhas e pretas, e suspendera aos hombros do esposo, tirou uma.

O chefe pytiguar vibrou o arco; a seta rapida atravesou um goiamum que discorria pelas margens do lago, e só parou onde a pluma não a deixou mais entrar.

Fincou o guerreiro no chão a flexa, com a presa atravessada e tornou para Coatyabo.

— Tu podes partir agora. Iracema seguirá teu rastro; chegando aqui verá tua seta, e obedecerá á tua vontade.

Martim sorriu; e quebrando um ramo do