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Alma sem humor — essa força fina e fria, radiante, que deu a Henri Heine tanta majestade.

No entanto, quanto mais eu observava esse fascinado alcoólico, pasmando instintivamente, na confusão neblinosa da embriagues, para as ondas adormecidas na noite, mais meditava e sentia as profundas visões de sonâmbulo que lhe vagavam no cérebro as saudades e nostalgias.

Porque o álcool, pondo uma névoa no entendimento, apaga, desfaz a ação presente das idéias e fá-las recuar ao passado, levantando e fazendo viver, trazendo à flor do espírito, indecisamente, embora, as perspectivas, as impressões e sensações do passado.

Nos límpidos espaços nem um movimento, um frêmito leve de aragem perturbava a harmoniosa tranqüilidade da noite clara, por entre os finos rendilhados prateados das estrelas.