Página:O Crime do Padre Amaro.djvu/521

Wikisource, a biblioteca livre

O padre Amaro acabara de jantar, e fumava, com os olhos no teto, para não ver o carão chupado do coadjutor que havia meia hora ali estava, imóvel e espectral, fazendo cada dez minutos uma pergunta que caía no silêncio da sala como os quartos melancólicos que dá de noite um relógio de catedral.

— O senhor pároco já não é assinante da Nação?

— Não. senhor, leio o Popular.

O coadjutor recaiu num silêncio, começando logo a coligir laboriosamente as palavras para uma nova pergunta. Soltou-a enfim, com lentidão:

— Não se tornou a saber daquele infame que escreveu o Comunicado?

— Não senhor, foi para o Brasil.

A criada entrou, neste momento, dizendo que "estava ali uma pessoa que queria falar ao senhor