Página:O missionário.djvu/614

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graça divina, pois não pensava em fazer como o filho de Mônica, que se chafurdara nos horrores da mais baixa devassidão, nem lhe passava pela cabeça cortar a Clarinha em pedaços, para esconder a falta, como fizera S. Jacó à pobre moça de família que lhe haviam confiado para a catequese.

Sentara-se num banco, sentindo muita fraqueza nas pernas, e ainda sem coragem de se meter na rede. Afinal de contas, que queria ele? Apenas satisfazer a imensa sede de gozo que o consumia, pagar o tributo ao sangue ardente que lhe corria nas veias, e ainda assim, entregando-se a um amor desinteressado e sem mescla de pensamento ruim. A rapariga ali estava, a pedir um homem de coração que a tomasse, e se havia de cair às mãos de algum tapuio boçal que colhesse aquela flor delicada, sem ao menos apreciar-lhe o valor, melhor era que a tomasse Antônio de Morais que se prezava de conhecer o que havia de belo e bom na natureza. Era um pecado? Era, mas para remir os pecados