29
Um dia...
Aquella cachoeira — lá lhe ouço o remoto rumorejo! — era o banheiro natural da fazenda.
Escondida numa grota como joia de crystal vivo a defluir em escachôo permanente num engaste rustico de taquarys, cahetês e ingazeiros, formava um recesso grato ao pudor dos banhistas.
Um dia...
Lembro-me bem — era domingo e eu, de vadiagem, saira cedo a passarinhar. Segui pela margem ribeirão acima tocaiando passaros ribeirinhos.
Um pica-pau de cabeça vermelha zombou de mim. Errei a bodocada e mettido em brios afreimei-me em perseguilo. E salta d'aqui, salta d'alli, quando dei accordo estava embrenhado na grota da cachoeira, onde, num galho de ingá, pude visar melhor a minha presa e espeloteal-a.
Caiu a avezinha longe do meu alcance e eu barafustei pela trama dos taquarys para colhel-a. Nisto, por uma aberta na verdura, avistei em baixo a bacia de pedra onde a agua chofrava.
Mas estarreci. Duas nymphas núas brincavam na espuma.
Reconhecias Eram Izabel e sua mucama dilecta, da mesma idade, a Liduina.
O improviso da visão offuscou-me os olhos.
Quem ha insensivel á belleza da mulher em