que me vem á idéa é essa : amor ! Mas amará elle a alguem ?
— Pois de certo. Quem não ama neste mundo? Os passarinhos, as borboletas, as vespas...
— Mas a quem amará elle? A alguma preta do eito, com certeza... — e riu-se desabaladamente.
— Aquelle ? fez Liduina n'um muxoxo. Não é desses, não, sinházinha. Moço pobre mas de condição. Para mim eu acho até que elle é filho d'algura fidalgo do reino que anda por aqui escondido...
Izabel quedou-se pensativa.
— Mas a quem amará elle, então, aqui neste deserto de brancas ?
— Pois ás brancas...
— Quaes ?
— D. Ignezinha... D. Izabelinha...
A mulher desappareceu por um momento para ceder o lugar á filha do fazendeiro.
— Eu ? Engraçadinha ! Era só o que faltava...
Liduina calou-se. Deixou que a semente lançada corresse o prazo da germinação. E vendo um casal de borboletas a perseguirem-se com estalidos de azas mudou o rumo á conversa.
— Sinházinha já viu destas borboletas de perto ? Teem dois numeros debaixo das asas — oito, oito. Quer ver ?
Correu atrás dellas.
— Não pégas ! gritou Izabel, divertida.
— Mas pégo esta aqui, retrucou Liduina apa-