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OS VILHANCICOS


I


DURANTE um século pouco mais ou menos — desde o primeiro quartel do XVII até o primeiro quartel do XVIII — cultivou-se em Portugal com verdadeira paixão, podia mesmo afirmar-se, com absorvente frenesi, um género simultâneamente literário e musical, que pertence hoje e desde há muito aos domínios da arqueologia, estando até prestes a desaparecer sem que dêle fique gravado, como convêm, o registo devido para os efeitos, pelo menos, do mero informe bibliográfico.([1])

  1. Veio-nos o nome de Espanha: «Villancico, de villano, composicion poetica popular con estribillo, y especialmente la de un assunto religioso que se canta en las iglesias en Navidad y otras festividades», lê-se na Encicl. Española. Os mesmos dizeres mutatis mutandis aparecem em todos os dicionários, quando não remetem simplesmente para Vilancete, que deve considerar-se diferente.