Página:Poesias (Bernardo Guimarães, 1865).djvu/391

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Com que o atropella seu rival possante.
Eis que de novo aos recuões levado
Se perde, se embaraça, e resupino
Aos pés do vencedor de novo rola.
Do irado vencedor as corneas pontas
Eil-o já sente a retalhar-lhe as carnes;
Então soltando um lugubre bramido
A custo se ergue, e rapida carreira
Fugindo estende pelos campos vastos.
O vencedor porém vai-lhe no encalce,
E por espaço largo o segue e punge
Até transpor as ultimas collinas,
E longe o exila d’esses campos, onde
Inda ha pouco no meio de manadas
Seu poderio alardeava ufano.

Ai do vencido ! — pelas fundas brenhas
A mugir e a chorar eil-o se entranha
Lascando troncos, escarvando a terra,
Como se espedaçar tentasse as armas,
Que não lhe podem mais dar a victoria.

O tempo emfim vem acalmar-lhe a furia,
E o pobre do animal, tornado eunucho,