Página:Poesias eroticas, burlescas e satyricas.djvu/114

Wikisource, a biblioteca livre
110
sonetos



V

No canto de um venal salão de dança,
Ao som de uma rebeca desgrudada,
Olhos em alvo, a porra arrebitada,
Bocage, o folgazão, rostia o França:

Este, com mogigangas de creança,
Com a mão pelos evos encrespada.
Brandia sobre a roxa fronte alçada
Do assanhado porraz, que quer lembrança:

Veterana se faz a mão bisonha;
Tanto a tempo menêa, e súa o bicho.
Que em Bocage o tezão vence a vergonha:

Quiz vir-se por luxuria, ou por capricho;
Mas em vez de acudir-lhe alva langonha
Rebenta-lhe do cu merdoso esguicho.