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UBIRAJARA

De longe, Aracy viu o estrangeiro, sentado entre os anciões, como o frondoso jacarandá no meio dos velhos troncos das aroeiras.

A virgem reconheceu logo o caçador araguaya de Itaquê para disputar sua belleza aos guerreiros tocantins.

O coração de Aracy encheu-se de alegria. Seus negros cabellos estremeceram de contentamento, como as pennas do jaçanan quando presente o formoso inverno.

O estrangeiro não queria ser conhecido; pois deixara o cocar das plumas da arara, que eram o ornato guerreiro de sua nação. Mas a imagem do joven caçador ficara na lembrança da virgem, como fica na terra a verde folhagem, depois da lua das aguas.

A lei da hospitalidade prohibia á virgem revelar o segredo do estrangeiro, só della sabido. Nesse momento foi á sua alma que obedeceu e não ao costume da nação.

Quando Aracy chegou ao terreiro, os anciões se preparavam para ouvir a maranduba do hospede. Os guerreiros e as mulheres escutavam em silencio.

O estrangeiro começou: