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Chóó... Pan...



CIDADE duvidará do caso. Não obstante, aquelle monjolo do Dito Nunes, no Varjão, foi durante mezes o palhaço da zona. No bairro dos Porungas, sobretudo, onde assistia Pedro Porunga, mestre monjoleiro de bem soada fama, fungavam-se á conta das trapalhices do engenho risos sem fim.

Sitiantes ambos em terras proprias, convizinhavam separados pelo espigão do Nheco, e por malquerença antiga.

Levantara Nunes uma paca, certo domingo, mas a bicha, dobrando o morro, esbarra de frente com um Porunguinha, casualmente a lenhar por ali. Zás! Uma foiçada na volta do apá dá com ella em terra. Até ahi nada. Mas comeu-a, sem ao menos mandar um quarto de presente ao legitimo dono. Isto foi aggravo. Porque afinal de contas era uma paca de nomeada. Sabida como um vigario, dizia o Nunes, nem cachorro mestre, nem mundéo podiam com a vida della. Escapulia sempre. A gente do outro lado não ignorava isto. Paca velha e matreira tem sempre a biographia na bocca dos caçadores. Ora, justa-