Um carreirinho entre roças, a pinguela, um vallado a saltar...
Eil-a!
Que maravilha!
Derreada de flôres côr de rosa parece uma só immensa rosa crespa.
Beija-flores como aqui ninguem jámais viu tantos.
Milheiros não digo — mas centenas, uma centena pelo menos lá está zinindo.
Vêm de longe, todas as manhãs, emquanto dura a festa floral da paineira mãe.
Voejam rapidos como o pensamento, ora librados no ar sugando uma corolla, ora riscando curvas velocissimas em trabalhos de amôr.
Que lindo amôr — alado, rutilante de pedrarias!...
Respiro um ar cheiroso, adocicado, e fico-me em enlevo a ver as flores que cáem, gyrantes.
Se afla mais forte a brisa, despegam-se em bando, e recamam o chão. Devem ser assim as arvores, no paiz das fadas...
O Urunduva?
E' elle mesmo. Amarello, inchado, a arrastar a perna...
— Então meu velho, na mesma?
— Melhorsinho. A quina sempre é remedio.
— Isso mesmo, quina,quina.
— E'... mas está cara, patrão. Um vidrinho assim, tres cruzados. Estou vendo que tenho de vender a paineira.
— ??
— Não vê que o Chico Bastião dá dezoito mil réis por ella e inda um capadinho de choro. Como este anno carregou demais vem paina p'r'arrobas. Elle quer aproveitar, derruba e...