Tratado Berakhot (Mishná)/I/2

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Introdução[editar]

Na mishná anterior, os sábios explicaram suas interpretações sobre a recitação da tarde do Shemá ("ao deitar-se"). Esta mishná prossegue com a recitação da manhã do Shemá ("ao levantar-se") (Devarim 6:7)

Texto em hebraico[editar]

מֵאֵימָתַי קוֹרִין אֶת שְׁמַע בְשַחֲרִית
מִשֶיַכִיר בֵין תְכֵלֶת לְלָבָן
רַבִי אֱלִיעֶזֶר אוֹמֵר: בֵין תְכֵלֶת לְכַרְתִי
וְגוֹמְרָהּ עַד הָנֵץ הַחַמָה
רַבִי יְהוֹשֻעַ אוֹמֵר: עַד שָלשׁ שׁעוֹת
שֶכֵן דֶרֶךְ בְנֵי מְלָכִים לַעֲמד בְשָלשׁ שָעוֹת
הַקּוֹרֵא מִכַאן וָאֵילָךְ – לא הִפְסִיד
כְאָדָם הַקּוֹרֵא בַתּוֹרָה

Texto em português[editar]

Desde quando pode-se recitar o Shemá "ao levantar-se" ?

Desde que se possa reconhecer entre o que é tkhelet [tipo de azul] e o que é branco.[1]

Rabi Eliézer disse: Entre tkhelet e verde claro, [2]

Terminando [a recitação] antes da aparição dos raios solares.

Rabi Yehoshua disse: Até a terceira hora,

Pois é costume dos filhos dos reis levantarem-se na terceira hora.

O que lê [o Shemá] mais tarde - no entanto, nada perde

Pois é como se estivesse lendo a Torá.

Comentários e notas[editar]

  1. O Tana Kama Rabi Meir, ao anunciar esta sentença, lembrava acerca do azul e do branco das franjas do tzitzit (Bamidbar 15:38). De acordo com o judaísmo rabínico este azul não pode mais ser produzido, pois era produto de uma criatura marinha chamada chilazon, cuja identificação hoje é incerta. Os judeus caraítas no entanto creem que possa ser utilizado qualquer tipo de azul de modo que ainda mantém esta cor no tzitzit. O Rabi Meir, assim, menciona que quando podemos olhar para o tzitzit e distinguir ambas as cores através da luz natural, o Shemá deve ser recitado.
  2. Rabi Eliézer, no entanto, defende que quando há luz bastante para distinguir entre o azul e o verde-claro (i.e. a iluminação natural deve ser maior) pode-se recitar o shemá.