Saltar para o conteúdo

Archivo nobiliarchico brasileiro/Vasconcellos (2º Barão de)

Wikisource, a biblioteca livre

VASCONCELLOS. (2º Barão de) Rodolpho Smith de Vasconcellos.

Nasceu na cidade de Fortaleza, Capital da Provincia do Ceará, a 23 de Maio de 1846.

Filho do 1º Barão de Vasconcellos, José Smith de Vasconcellos (N, em Lisboa, a 10 de Desembro de 1817, F. no Rio de Janeiro, a 8 de Outubro de 1903), Fidalgo Cavalleiro da Casa Real, Commendador da Imperial Ordem da Rosa, e da de Christo, de Portugal; e de sua mulher D. Francisca Carolina Mendes da Cruz Guimarães (N. na cidade de Canindé, Ceará, a 21 de Desembro de 1814, F, em Liverpool, Inglaterra, a 4 de Agosto de 1873). Neto por parte paterna do Conselheiro, Desembargador José Ignacio Paes Pinto de Souza e Vasconcellos, Cavalleiro Professo na Ordem de Christo, Escudeiro Fidalgo, accrescentado á Fidalgo Cavalleiro por successão á seus maiores (Alvará de 14 de Março de 1795); e de D. Maria Martha Tusten Smith. Neto por parte materna do Capitão-Mór José Mendes da Cruz Guimarães, e de D. Angelica Rosa do Nascimento Moreira. Quanto á sua ascendencia, vide «Resenha das Familias Titulares e Grandes de Portugal», por Adriano da Silveira Pinto, continuada pelo Visconde de Sanches de Baêna, Tomo II, fls. 723; «Diagramma Genealogico do D.r José Ignacio Paes Pinto de Souza e Vasconcellos», pelo Barão de Vasconcellos, Rio de Janeiro, 1907; «Traços Biographicos do Visconde de Guaratiba», tambem pelo mesmo, Nova Friburgo, 1905; «Memorias Historico-Genealogicas», por João Carlos Feo de Cardoso Castello Branco e Tavares, fls. 642, Lisboa 1883; «Subsidios Historico-Genealogicos da Familia Vasconcellos», pelo Visconde de Faria, Lisboa 1912; e o «Diccionario Bio-Bibliographico Cearense», pelo Barão de Studart, vol. III, fls. 95, Fortaleza 1915. Casou na cidade de Bonn, Allemanha, a 20 de Abril de 1874, com D. Eugenia Virginia Ferreira Felicio (N. no Rio de Janeiro a 13 de Novembro de 1854, e ainda viva); filha dos 1os Condes de São Mamede, Rodrigo Pereira Felicio (N, em S. Mamede de Infesta, Portugal, a 22 de Janeiro de 1821, F. no Rio de Janeiro, a 27 de Julho de 1872), Fidalgo Cavalleiro da Casa Real; Dignitario da Imperial Ordem da Rosa; Commendador da Ordem de Christo, de Portugal, e da do Santo Sepulchro de Jerusalem; e de sua mulher e prima D. Joanna Maria Ferreira (N. na cidade do Rio Grande do Sul, a 20 de Abril de 1834, F, em Lisboa, a 18 de Março de 1897). A 2ª Baroneza de Vasconcellos, é irman de José Pereira Ferreira Felicio, 2º Conde de S. Mamede, (N. na cidade do Rio de Janeiro, a 4 de Outubro de 1853, F, em Lisboa, a 14 de Junho de 1905), casado com D. Lydia Smith de Vasconcellos (N, em Fortaleza, a 16 de Julho de 1853, e ainda viva), filha dos 1os Barões de Vasconcellos; é tambem irman de D. Maria Julieta Ferreira Felicio (N. no Rio de Janeiro, a 20 de Novembro de 1865, e ainda viva) casada com Francisco de Azevedo Soares de Campos e Castro, 2º Conde de Carcavellos, residentes em Braga. É igualmente sobrinha neta de Joaquim Antonio Ferreira, Visconde de Guaratiba, (N, em Valença do Minho, a 4 de Fevereiro de 1777, F. no Rio de Janeiro, a 1 de Março 1859). Os 2os Barões de Vasconcellos, são paes do 3º Barão, por Breve Apostolico de S. S. Benedicto XV, de 13 de Fevereiro de 1917, o D.r Jayme Luiz Smith de Vasconcellos, que nasceu, no Rio de Janeiro, a 11 de Junho de 1884.

O Barão Smith de Vasconcellos, acima, é Bacharel em Sciencias e Lettras pelo antigo Collegio D. Pedro II, em 1901, Doutor em Sciencias Medicas e Cirurgicas pela Faculdade do Rio de Janeiro, em 1906; exerceu quando estudante o cargo de auxiliar da Commissão de prophillaxia da febre amarella (em 1904), sobre a direcção do D.r Oswaldo Cruz, foi mais tarde medico da Directoria Geral de Saude Publica, medico do Instituto Nacional dos Surdos Mudos, chefe de Clinica de Molestias Tropicaes da Policlinica Geral do Rio de Janeiro, etc.

Abandonando a carreira medica depois de exercel-a durante seis annos, dedicou-se as industrias, sendo hoje um dos Directores da Cª Mechanica e Importadora de S. Paulo.

É socio da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro; do Club de Engenharia; da Sociedade de Heraldica da Suissa; do Tombo Historico-Genealogico de Portugal, da Sociedade Arcadia Romana, do Collegio Araldico de Roma, etc.

Casou, em S. Paulo, a 21 de Junho de 1911 com D. Anna Theresa Siciliano, natural da cidade de Piracicaba, onde nasceu a 27 de Março de 1887; filha primogenita do Conde Alexandre Siciliano, Commendador da Corôa de Italia, natural da cidade de S. Nicolia Arcella, provincia de Cosenza, Italia, onde nasceu a 17 de Maio de 1860; e de sua mulher D. Laura de Mello Coelho, que nasceu na cidade de Campinas a 18 de Maio de 1860 e falleceu, em S. Paulo, em 28 de Maio de 1918, filha do Coronel João Fructuoso Coelho e de D. Anna Maria Ferraz.

O 2º Barão de Vasconcellos cursou humanidades em Francfort s/Meno, n′Allemanha. Fez parte das casas commerciaes de seu pae no Ceará, em Liverpool e Londres. Dedicou-se depois á carreira diplomatica e prestou exame de sufficiencia a 18 de Maio de 1877. Abandonnando essa carreira foi Director de varias empresas industriaes. É Fidalgo Cavalleiro da Casa Real por successão aos seus maiores, Commendador da Ordem de Isabel a Catholica, de Hespanha, Socio do Instituto do Ceará e de outras associacções historicas e scientificas.

BRAZÃO DE ARMAS: Escudo partido em pala: na primeira, as armas dos Vasconcellos, — em campo negro, tres faxas veiradas e contraveiradas de prata e góles; na segunda, as dos Guimarães, — que são partidas em tres palas: a primeira e terceira, de prata fretadas de negro, a segunda de góles, carregada de um leão de prata, batalhante armado de preto, tendo na mão uma espada ensanguentada, com os cópos de oiro, a qual ha de cahir na primeira pala, e a cauda do leão na terceira. E por differença uma brica de oiro com uma arruela azul. Timbre: dos Vasconcellos, um leão preto, andante com as tres faxas do escudo. (Brazão passado em 24 de Desembro de 1874. Reg. no Registro Geral dos Brazões de Armas de Nobreza e Fidalguia de Portugal, Liv. IX, fls. 165v.

BRAZÃO DE ARMAS DA BARONEZA: Uma lisonja esquartelada com as armas de seu marido, e as de seu pae, que são: Escudo partido em pala; na primeira as armas dos Pereiras, — em campo vermelho, uma cruz de prata florida e vazia do campo; na segunda as dos Ferreiras, — em campo vermelho, quatro faxas de oiro. E por differença uma brica de prata com uma arruela azul. Timbre: dos Pereiras, uma cruz vermelha florida, entre duas azas de oiro abertas. (Brazão passado em 7 de Janeiro de 1862. Reg. no Registro Geral dos Brazões de Armas de Nobreza e Fidalguia de Portugal, Liv. IX, fls. 45).

CORÔA: A de Barão.

CREAÇÃO DO TITULO: Barão por decreto de 8 de Abril e Carta de 13 de Abril de 1869. Reg. no Archivo da Torre do Tombo Mercês de D. Luiz I, Liv. 19, fls. 258. Concessão da 2a. vida no mesmo titulo, Decreto de 9 de Abril e Carta Regia de 7 de Maio de 1874. Reg. no Archivo da Torre do Tombo Mercês do D. Luiz I, Liv. 25, fls. 225. Confirmação da 2ª vida no mesmo titulo, Carto Imperial de 3 de Setembro de 1874. Reg. no Livro de Mercês da 2ª Secção da Secretaria de Estado, dos Negocios do Imperio, em 15 de Setembro de 1874. Concessão da 3º vida no mesmo titulo a Mercê de S. S. Benedicto XV, Breve Apostolico de 13 de Fevereiro de 1917.