Página:A Carne.djvu/126

Wikisource, a biblioteca livre
112
a carne

pelo pasto. De volta entrou no pomar a ver os figuinhos novos, os cachos tenros das vides.

De uma laranjeira-cravo, que se erguia folhuda desde o chão, viçosa, esparramada, esfuziou de súbito um tico-tico.

Tem ninho, pensou consigo Lenita, e começou a procurar, abrindo, afastando os ramos.

Deteve-se, aspirou o ar: sentia um cheiro bom de sabonete Legrand e de charuto havana.

Deu volta à laranjeira e topou com Manuel Barbosa que se encaminhava para ela, risonho, palacianamente curvado, na mão direita o chapéu, na esquerda um cravo rubro, perfumado, esplêndido.

Perto o charuto, que ele deitara fora, desprendia uma espiral de fumo, azulada, tênue.