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a carne

— Deixe-me! Deixe-me, Barbosa! É preciso ir, está amanhecendo, está clareando.

— Não, não! Ainda não! Aquillo não é o dia, é o luar.

— Vou! Deixe-me, deixe-me!

E, fazendo um exforço violento, Lenita escapou-se do leito e dos braços de Barbosa.

No desvão da porta entreaberta enquadrou-se, por um momento, a sua sombra indecisa. Desappareceu.

Barbosa ergueu-se, vestiu-se rapidamente, sahiu, fechou a porta, tirou, guardou no bolso a chave.

Lenita do seu quarto ouviu-lhe, contou-lhe as passadas que ressoavam fortes.

A moça estava com febre; tinha a cabeça em fogo; sentia-se zonza, atordoada; via a todo momento discos luminosos, com um nucleo que se alar-