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CANTO IV.
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Sóbe, e tão alto vai que no ar se some.
Mas volta… eil-a que vem… traz sangue! É certo!
Onde foi ella? Donde vem? Quem sabe?
Vem toda ensanguentada!… Mas parece,
Pelo rumo que segue, cahir deve
Distante das forquilhas… Máo presagio!
Aimbire, qu’isso vê, inda de longe,
E teme o effeito do fatal annuncio,
Dispara incontinente alada flecha,
Que a vai ferir nos ares, e trazel-a
Para onde elle quiz. A flecha e a clava,
Uma encravada n’outra, ambas já descem,
E entre as forquilhas cahem. Aimbire exulta!
Mas o velho Payé horrorisado:
« Impio (exclama)! Tu vês? Vês tu? Entendes
O que isto quer dizer? »
    – « Sim; muito sangue
Temos de derramar. Sim; a victoria
É certa para nós… Vai-te, agoureiro,
Se a vida te não pesa, e aqui não queres
Ter a sorte da tua Tangapema.
Vai-te, que é tempo de marchar p’ra a guerra. »