Página:A Confederação dos Tamoyos.pdf/175

Wikisource, a biblioteca livre
CANTO V.
153

Vê alli o cajú, vê a banana,
A jaca, o cambucá, a canna doce,
E quantas fructas ha por esse matto,
Que sem fadiga aqui colher-se podem.
Esta planta que vês chama-se vinha,
P’ra aqui os Portuguezes a trouxeram
Com outras muitas, e animaes não vistos.
Desta come-se o fructo, e faz-se o vinho
De roxa côr, que á mesa tu gostaste.
Vê quantas flores, que no campo murcham,
Como lindas aqui a vista alegram!
Os homens são assim, querem cultura.
Vê n’aquelle cercado quantas aves,
Que o trabalho me poupam de ir caçal-as!
Vê n’este tanque quantos peixes vivos,
Que brincando pescal-os qualquer póde!
Sem de casa sahir, tudo aqui tenho;
E quer chova, quer vente, e a qualquer hora,
Acho o meu alimento sem canceira.

Vê agora esta casa como é feita;