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CANTO VI.
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O sangue em borbotões pelas arterias!
Os olhos encantados exorbitam,
E lagrimas de amor nelles borbulham.
Como as vibradas cordas de uma lyra
De almo prazer os nervos estremecem;
E o espirito pairando no infinito,
Do bello nos arcanos engolfado,
Parece alar-se das prisões do corpo.

Nitheroy! Nitheroy! como és formoso!
Eu me glorio de dever-te o berço!
Montanhas, varzeas, lagos, mares, ilhas,
Prolifica Natura, céo ridente,
Legoas e legoas de prodigios tantos,
N’um todo tão harmonico e sublime
Onde os olhos verão longe deste Eden?

Não és tão bello assim, ceruleo golfo,
Onde a linda Parthênope se espelha,
Tão risonha e animada como a noiva