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CANTO VIII.
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E antepõe a mentira aos olhos do homem
Adornada co’as vestes da verdade:
E o homem, que até no erro acertar cuida,
Pela paixão guiado, escravo della,
Ante o phantasma enganador se prostra,
E canta o seu triumpho, e a si se applaude!
Ai misero! e tão cego que cem vezes
Repelle, insulta a quem salval-o intenta!
Assim entre os narcoticos vapores
Do fumo do opio, a moribunda victima
O antídoto recusa, imaginando
Vital somno dormir, e dorme,… e morre!

Anjo, outr’ora da luz, hoje das trevas,
Oh Lucifer maldito! o céo perdeste
Pelo orgulho; e os mortaes, que obra é já tua,
Arrastas pelo egoismo á nova perda!

Já das trevas o rei jactancioso
Cantava o seu triumpho, revoltando