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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS

Que iam como cardumes de golphinhos
Á porfia rompendo as curvas ondas,
Ao som da cantilena dos guerreiros,
Pelo bater dos remos compassada.

« Voga, canôa, que é maré de amigo;
Ligeira voga, sem temor das ondas;
São braços fortes que aqui vão remando,
Braços Tamoyos, que a remar não cançam.

« Gosto de ver-te pelo mar zingrando,
Cabeceando, levantando espuma;
Assim, canôa, assim bufando vôa,
Como esses peixes que lá vão fugindo.

« O mar stá manso, estão dormindo os ventos;
Mas p’ra o Tamoyo sempre o mar foi manso;
Eia, canôa! o teu balanço é doce
Como na terra o balançar da rêde. »