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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS

O Portuguez, que o julga alheio á lucta,
Calcula o lance, ironico dizendo:
– Quero poupar-te a magoa de choral-a.

« E eu a infamia da vida que te pesa. »
E co’a prompta resposta um prompto golpe
Acerta-lhe o Tamoyo, e a um tempo soam
Resposta e golpe, e do infeliz a queda.
« Dar-te não posso a morte que mereces
Lenta e cruel; n’um só momento morre;
Tenho pressa. » E o deixou nadando em sangue.

Como o ardente tufão vôa o guerreiro,
Por toda parte semeando estragos.
Parabuçú, que o irmão vingar deseja,
Com quantas frechas sólta a morte envia.
Pindobuçú, que a filha crê perdida,
Odiando a vida e procurando a morte,
Proezas faz que o proprio filho inveja;
Porém a morte aos temerarios foge.