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CANTO X.
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Por São Sebastião chamando todos.
Estacio os guia, ninguem teme a morte!
N’ala direita vai Gaspar Barboza,
Illustre capitão de mar e guerra;
E na sinistra Salvador Corrêa,
De Estacio e Mem de Sá primo e sobrinho,
Que por morte d’aquelle tomar deve
Bem cedo do Janeiro a governança.

Trava-se horrenda e se encarniça a lucta;
Roncam bombardas, arcabuzes troam,
Balas e frechas pelos ares zunem.
Ninguem cede em valor ao seu contrario;
E no ardor de matar ninguem se guarda.
Já nos fossos espuma o sangue em lagos,
Em que rolam cadav’res mutilados,
E sobre elles os vivos ás trincheiras,
Leões ferozes, rabidos investem.
– Victoria! – brada Estacio; e o furor cresce
De um lado e d’outro ao grito de victoria.
Inutil resistencia!… Indios, Francezes,
E os seus chefes na atroz carnificina