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A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOYOS.

Que livre aqui nasceo e morreo livre.
Iguassú, sua esposa, que o não deixa,
Varado o peito, aos pés lhe cabe e expira,
Sem exhalar um ai! Pára instantaneo
O indomito Tamoyo. Ante o inimigo,
Que victoria já brada, Estacio avulta,
E uma setta de Aimbire a esposa vinga,
Ferindo o Capitão, que da victoria
Por poucos dias gozará dos louros.
Rapido após como um possesso toma
O cadaver da esposa, ao hombro o lança,
Empunha a herculea maça e feroz brada:
« Tamoyo sou, Tamoyo morrer quero,
E livre morrerei. Comigo morra
O ultimo Tamoyo; e nenhum fique
Para escravo do Luso: a nenhum delles
Darei a gloria de tirar-me a vida. »

Rabido e cego, meneando a maça,
Foi abrindo uma estrada de cadav’res
Por entre o inimigo, e ao mar lançou-se.