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CANTO I.
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Cantando andava só, toda entretida
A colher uns ingás pela restinga;
P’ra mim ella os colhia; é seu costume
Sempre que sahe trazer-me alguma cousa.
Aquelles máos a viram tão sósinha,
E assim que a viram, cobiçando-a logo,
Quizeram agarral-a: ella, gritando,
Coitada! como a rôla perseguida,
Para o matto correo. Correram elles
Após como as igáras esfaimadas;
Mas ella, pelo irmão chamando sempre,
Mais ligeira do qu’elles lhes fugia.
Um mais audaz já quasi a segurava,
Quando o meu Comorim apparecendo,
Já co’o arco esticado e a flecha no alvo,
Com prompta morte atravessou-lhe o peito.
Outro, que vinha após, co’o braço alçado
Para lhe disparar troante bala,
Varado o braço, alli cahio bramando.
Era a ultima flecha, e já meu filho
Daquelle inutil braço ía arrancal-a,
P’ra mandal-a de novo a outro ousado,