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CANTO II.
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Aimbire, o forte Aimbire, apregoado
Entre todos os fortes pela audacia
Com que se arroja ás feras e as sutfoca,
Aqui se mostra á frente dos Tamoyos,
Pelo voto geral primeiro chefe.
Aimbire desde a infancia se amestrára
A certeiro enviar co’a setta a morte;
Nem no rapido pulo lhe escapava
O jaguar mais ligeiro sobre a rocha;
Nem mesmo o gavião alto pairando,
Nem pequenino passaro burlavam
Da setta alada o infallivel tiro.
Fraldão tecido de encarnadas pennas,
Matizadas d’azul, que a arára imita,
A cintura lhe cinge. Do pescoço
Cahe o collar de dentes arrancados
Por suas mãos das boccas dos vencidos,
E tão amplo lhe cabe que o peito cobre.
Larga, escamosa, verdenegra pelle
De enorme jacaré, qu’elle matára,
As espadoas lhe veste. Tem na dextra
Uma de dentes de onça acha embutida,