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CANTO II.
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« Guerreiros, escutai. Lá do rochedo
Que banha o Guanabara, onde abrigada
Estava a raça de celestes olhos,
Eu vi… como direi?… vi, não qual vemos
Co’os olhos descobertos; nada eu via,
Mas fizeram-me ver, oh que prodigio!
Ao travez d’um canudo, que apontado
Sobre as longinquas, invisiveis cousas,
As põe tão perto e tanto as engrandece,
Que cuidamos poder co’a mão tocal-as:
Por este modo eu vi na linha ao longe,
Onde se abaixa o céo e o mar se perde,
Uns vultos como passaros boiantes
De peito escuro, e longas, brancas azas.
– São portuguezas náos – gritaram todos:
Lá tremóla a bandeira portugueza!
Temos hoje combate. Ellas que venham,
Que não hão de voltar co’o mesmo vento.
E todos p’ra o combate se aprestavam.

« Entretanto as canôas monstruosas,