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CANTO II.
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E erriçado em montanhas se elevava
Sobre o penedo, em colera bramando:
Tremia o céo, de fumo só coberto!
E o echo horrendo d’estes duros montes,
Que ia medonho ao longe resoando,
Era igual ao estridor da trovoada.

« Qual de vós não dissera que esses homens,
Que tanto estrondo e horror alli causavam,
Eram filhos do céo, ou do sol filhos,
Outros tantos Tupans que guerreavam!
E eu os via cahir feitos pedaços!

« Que estrago! oh que não sei como vos conte!
Nunca vi tanto sangue derramado!
Todo o rochedo em sangue se inundava,
Mil regatos de sangue ao mar corriam;
E o mar vermelho estava! – Entre cadav’res,
Braços, pernas, cabeças mutiladas,
Tropeçavam os vivos!… Sobre as aguas