um suspiro quase imperceptível movera o ar, mas tão de leve, tão sutilmente, como o vôo de uma borboleta.
Era talvez a queixa extrema da salamandra presa; porque ainda se ouviu a voz do armênio, que disse com império de senhor:
— Fica aí, escrava!
Pouco depois iluminou-se de novo o gabinete do armênio, que lançando algumas gotas de um liquido perfumado sobre o vidro que expusera à operação cabalística, retirou este completamente frio do anel de ouro, onde o havia colocado.
Sem dizer-nos uma só palavra, sem parecer ocupar-se da nossa presença, o armênio armou o vidro em um aro de ouro, e no ponto em que o aro circular se liga ao anel destinado ao cordão pendurador, imprimiu sinistro selo, uma letra cabalística, com um sinete de forma triangular, e enlaçou no anel da luneta um cordão finíssimo, em que se entrançavam cabelos de todas as cores, e de diversos animais.