ram-se a despir o sapo, muito devagarinho : depois amarraram-lhe á cintura o saiote de pintas vermelhas da Emilia, puzeram-lhe na cabeça a touca da boneca e, em lugar da lança, um guarda-chuva. Ficou tão engraçado o pobre sapo que a menina a custo continha as gargalhadas.
— Vamos acordal-o agora, disse Escamado, pespegando-lhe um formidavel pontapé na barriga.
— Hum! gemeu o sapo, arregalando os olhos e abrindo a bocca, espantado de ver o principe em companhia d'uma menina desconhecida e d'uma senhora boneca muito envergonhada de achar-se em fralda de camisa. Escamado, muito têsinho, engrossou a voz e ralhou:
— Bella cousa, mestre Agarra. Vestido de mulher, você o guarda do palacio!
— Vestido de mulher? Eu? disse o sapo espantado.
— Mire-se neste espelho, disse o principe.
Só então o sapo percebeu a judiaria de que tinha sido victima. Ficou apalermado, a olhar para o principe, para a menina e para o espelho, sem nada comprehender do caso.
— Agora, por castigo, disse o principe, em vez das cincoenta