dos doentes. Os dois bagres de barriga amarella estavam numa das camas, embrulhados em tres cobertores, muito pallidos e suando em bicas. Escamado tomou-lhes o pulso e viu que tinham febre alta.
— Queira Deus não batam as botas!... disse elle para Narizinho. O doutor Caramujo é um grande medico mas os doentes d'elle morrem todos... Não tem sorte nenhuma...
Mais adeante, em outra cama, gemia o pae-barata, ferido mortalmente pela rá verde.
— Como vae este freguez? perguntou o principe.
— Muito mal, respondeu Caramujo. Quebrou cinco pernas, rasgou uma asa, e está todo arrebentado por dentro. Dei-lhe as pilulas de mestre Escaravelho mas não tenho esperanças de salval-o.
— Já se confessou? indagou o principe?
— Confessou-se agorinha mesmo e vae commungar neste instante. Ahi vem Frei Louva-a-Deos com os sacramentos.
Nem bem pronunciara o medico taes palavras, eis que entra Frei Louva-a-Deos, acompanhado dum mosquito coroinha. Era tão triste a scena que Narizinho sentiu vontade de chorar. O frade animou o doente, falou da belleza do céo e offereceu-lhe a hostia sagrada : uma escamazinha de peixe. Nem podia sentar-se na cama, o pobre. Foi preciso que as irmás enfermeiras