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principalmente, como atraz o constatámos, nas colheitas, nas mondas e sachas, nos transportes e sementeiras, em todos os trabalhos mais ou menos pesados.

Nas províncias do Norte, a mulher faz todos os serviços agrícolas, ainda os mais duros, como tirar água dos poços com os primitivos engenhos movidos a braço, lançar asemente á terra e o adubo que a fertiliza, lavrar, malhar, e até revolver o solo com a enxada polida pelo labor.

E tudo quanto faz representa o amor pela terra que lhe dá o sustento dos filhos e a fartura do lar.

No litoral minhoto, vêmo-la partilhar o seu esfôrço ingente no cultivo da terra e, na luta com o mar, ter atitudes verdadeiramente helénicas, para lhe arrancar as algas que a onda vem trazer á praia e mais tarde representam o adubo precioso.

Nas grandes explorações agrícolas, o seu trabalho é aproveitado, tanto como o do homem, e melhor do que ninguem o sabem os agricultores alentejanos, que para as suas grandes lavouras tanto necessitam dos emigrantes ratinhos da Beira.

Veem aos ranchos, descendo das terras ásperas e lindas da montanha e passam mêses seguidos longe da casa e da família, sob a direcção do capataz, labutando ao lado do homem, seu companheiro no trabalho e na dôr, mas sempre seu superior no salário.

Na Companhia das Lezírias do Tejo e Sado, onde ha dois anos se enveredou pelo esperançoso caminho da cultura intensiva e melhorada do arroz