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abertamente contra esta primeira e mais importante fase da sua experiência político-administrativa.

Para honra das mulheres portuguêsas, aqui o dizemos: ha por êsse país fóra senhoras que seriam utilissimos elementos nas administrações municipais, onde se requer, sobretudo um grande amor a terra portuguêsa, que nas mulheres do nosso país é proverbial.

Sem querermos ofender nem desmerecer em coisa alguma o trabalho masculino, parece-nos justo esperar que da entrada do elemento feminino nas municipalidades resultará o fomento agricola, no sentido associativo, e uma eficaz protecção ao ensino agrícola, doméstico e industrial feminino.

Não queremos de forma alguma supôr, e muito menos insinuar, que os municípios exclusivamente masculinos, como teem sido, não estejam aptos a fazer tudo quanto fôr necessario no sentido de fazer progredir a nossa Pátria comum, mas o que é certo é que a humanidade não é tão numerosa, que possa, de ânimo leve, continuar a pôr de parte o trabalho e a inteligência de metade de si própria.

A República Portuguêsa necessita de chamar a si a mulher proprietària, a cultivadora, a industrial, que é já em todos os países civilizados uma fôrça respeitada.

Será ela, já o dissémos, a principal auxiliadora dos homens no trabalho de desenvolver a agricultura e correlativas industrias; será ela que naturalmente se encarregará de chamar as proletarias á