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A Onda Verde
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a obra prima que a natureza vinha compondo desde a infancia da terra.

Confessemos: um espectaculo vale o outro.

Nada mais soberbo — e nada desculpa tanto o orgulho paulista — do que o mar de cafeeiros em linha, postos em substituição da floresta nativa.

E' de enfunar o peito a impressão de quem pela primeira vez navega sobre o oceano verde-escuro. Horas a fio, num pullman da Paulista ou num carro da Mogyana, a cortar um cafezal só — milhões e milhões de pés que ondulam por morro e valle até se perderem no horizonte, confundidos com o céo... Um cafezal só, que não acaba mais, sem outras soluções de continuidade além do casario das fazendas e dos pastos circumjacentes... Para quem necessita revitalizar as energias murchas e esmaltar-se de indestructivel fé no futuro, nada melhor do que um raid pelo mar interno da Rubiacea.

Mas a arvore do ouro só o produz á custa